O projeto REMARE – Restauração Ecológica de Manguezais e Restingas da Amazônia Costeira Maranhense – é uma iniciativa que visa recuperar 200 hectares de áreas degradadas de manguezais e restingas nos municípios de Raposa e São José de Ribamar, localizados na grande ilha São Luís, no Maranhão.
A proposta é capitaneada pela professora doutora Flávia Rebelo Mochel, que possui vasta experiência na área. Ela é oceanógrafa e coordenadora do Centro de Recuperação de Manguezais (CERMANGUE/UFMA) e do Laboratório de Manguezais (LAMA/UFMA), ambos pertencentes ao Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Maranhão.
O projeto é uma parceria entre a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a Fundação Sousândrade (FSadu), com apoio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), por meio do edital Floresta Viva, que destinou recursos no valor de 44 milhões de reais para o financiamento de nove projetos de restauração ecológica de biomas brasileiros.
Com previsão de execução em 48 meses, o REMARE trabalhará com colaboradores da UFMA e da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na identificação, mapeamento, produção e plantio de mudas para as áreas de mangue e restinga em duas regiões altamente comprometidas no Maranhão: a praia de Mangue Seco, na Raposa, e Panaquatira, em São José de Ribamar.
Ambas apresentam uma considerável degradação das áreas de mangue e restinga, respectivamente. Conforme a coordenação do projeto, os manguezais cobrem uma extensão aproximada de 10.020 km² do território brasileiro, com 77,6% dessa área localizada na zona costeira amazônica dos estados do Maranhão, Pará e Amapá.
Já as restingas, presentes no Maranhão, possuem caráter peculiar pela diversidade florística. Existem mais de 400 espécies mapeadas por pesquisadores, que identificaram ainda a presença de espécies da flora amazônica e do cerrado simultaneamente, o que confere caráter único à restinga maranhense.
Manguezais e restingas abrigam uma rica diversidade de espécies de plantas e animais, muitas das quais são exclusivas desses habitats. Eles servem como áreas de reprodução, alimentação e abrigo para várias espécies de peixes, aves, crustáceos, moluscos e outros organismos.
Além disso, atuam como barreiras naturais contra a erosão costeira, por exemplo. As raízes das árvores de mangue e a vegetação densa das restingas ajudam a estabilizar o solo e reduzir o impacto das ondas, protegendo assim as comunidades costeiras e as infraestruturas próximas.
Portanto, a preservação de manguezais e restingas é de extrema importância devido aos diversos benefícios que esses ecossistemas fornecem para o meio ambiente, para as comunidades locais e para a sociedade em geral. Recuperar tais biomas é devolver o sustento das comunidades locais, conservar a biodiversidade e toda forma de vida que depende da manutenção desses ecossistemas.